sexta-feira, 5 de novembro de 2021

Fênix

 

 




Diferentes culturas antigas ao redor do mundo, dos nórdicos aos fenícios e dos egípcios aos chineses, identificaram um tipo de pássaro mágico associado à imortalidade. Essa ave, normalmente nascida do fogo, possuía poderes incríveis de cura e se reproduzia sem a necessidade de um parceiro. Apesar de ter recebido diferentes nomes, dependendo da região, esse ser imortal chegou até nós com o nome de "Fênix".

O simbolismo da Fênix - imortalidade através da transformação - acabou se tornando parte do inconsciente coletivo e presença constante em livros, filmes,  músicas e em brasões e insígnias ao redor do mundo. A imortalidade da Fênix, entretanto, é peculiar e desafia até mesmo o próprio significado da palavra. Alguns mitos dizem que ela se consome em chamas quando está prestes a morrer e que de suas cinzas surge um ovo. Outros mitos sugerem que a Fênix, quando sente que o fim do seu ciclo de vida se aproxima, bota um único ovo que eclode apenas depois que ela morre.

Em ambos os casos, desse ovo nasce a mesma ave, agora renovada, na forma de um filhote. Esse ser mítico, portanto, aceita a morte como um processo de transformação, uma passagem, não o final de sua existência, e por esse motivo ela é verdadeiramente imortal. O segredo da Fênix está em entregar-se à mudança sabendo que ela é um passo para um estágio diferente, não o fim da caminhada. A entrega da Fênix ao desconhecido tem muito a nos  ensinar sobre o nosso processo de autotransformação.

Na Wica (guia de magia e espiritualidade), vemos a Fênix como um ser mítico no mesmo patamar de dragões, unicórnios e grifos, ou seja, ela não é um ser mágico pertencente a apenas um elemento, como o elemental, mas também não chega a ser uma divindade. Assim como acontece na magia com Dragões, se conseguimos conquistar a confiança da Fênix, somos capazes de entrar em contato com ela e pedir seu auxílio em nossa magia e no nosso desenvolvimento espiritual. Conquistar sua amizade, no entanto, é uma tarefa que exige mente e coração abertos. Como o fogo, a Fênix nos dá a impressão inicial de ser uma força selvagem, quando na verdade ela é simplesmente fiel à sua própria natureza imortal.

O papel do fogo no mito da Fênix está associado ao seu espírito indomável, tão diferente dos demais elementos. A própria existência do fogo depende  de um combustível que o alimente e, se não houver algo a ser transformado, não haverá chama. Além disso, o fogo precisa de um comburente (normalmente o ar), ou seja, se não há liberdade não há transformação. O papel do fogo no mito da Fênix é também uma metáfora para a nossa espiritualidade. Dentro de nós brilha a centelha dos Deuses, o nosso fogo sagrado que permanece aceso o tempo todo. Aqueles que se libertam das amarras da sociedade e se abrem para um contato real com  a Divindade sentem  que suas chamas brilham fortemente e, como consequência, suas vidas tendem a estar em constante transformação. A lição da Fênix para nós é que as mudanças que sofremos podem ser uma indicação do fortalecimento de nosso fogo espiritual.

A dualidade do fogo também se reflete na manifestação do poder da Fênix. Assim  como o fogo pode ser usado para cauterizar uma ferida, aquecer nosso lar e preparar nossa comida, ele também pode ser usado para destruir, causar dor e matar. De modo parecido, mudanças podem ser experiências maravilhosas que trazem novos conhecimentos, ou podem ser eventos traumáticos, que exigem que nos lancemos  num território não mapeado. Nem todas as transformações são imediatamente benéficas e é parte do poder criador da Fênix nos ensinar que não há dor que dure para sempre nem sofrimento que não tenha um fim.

Além dos seus poderes de cura e transformação, a Fênix também tem uma forte associação com a prosperidade na figura da Deusa Gullveig, do Panteão Wanen (Nórdico), uma belíssima mulher que tinha o poder de criar ouro a seu bel-prazer. Os Deuses Asen, furiosos com a recusa de Gullveig para ensinar o segredo de seu poder, resolveram atirá-la ao fogo para destruí-la e tentar entender sua magia. Por três vezes Gullveig foi atirada às chamas e por três vezes ela retornou à vida. Depois da terceira vez, a Deusa voltou ainda  mais poderosa do que antes e recebeu um novo título. Cada uma das  mortes de Gullveig representa o fortalecimento de seus três atributos principais (transformação, cura e riqueza) e nós, assim como a Fênix, nos tornamos mais poderosos a cada transformação que permitimos que ocorra em  nossa vida.

Fonte Internet 

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