Diferentes culturas antigas ao redor do mundo, dos nórdicos aos
fenícios e dos egípcios aos chineses, identificaram um tipo de pássaro
mágico associado à imortalidade. Essa ave, normalmente nascida do fogo,
possuía poderes incríveis de cura e se reproduzia sem a necessidade de
um parceiro. Apesar de ter recebido diferentes nomes, dependendo da
região, esse ser imortal chegou até nós com o nome de "Fênix".
O simbolismo da Fênix - imortalidade através da transformação -
acabou se tornando parte do inconsciente coletivo e presença constante
em livros, filmes, músicas e em brasões e insígnias ao redor do mundo. A
imortalidade da Fênix, entretanto, é peculiar e desafia até mesmo o
próprio significado da palavra. Alguns mitos dizem que ela se consome em
chamas quando está prestes a morrer e que de suas cinzas surge um ovo.
Outros mitos sugerem que a Fênix, quando sente que o fim do seu ciclo de
vida se aproxima, bota um único ovo que eclode apenas depois que ela
morre.
Em ambos os casos, desse ovo nasce a mesma ave, agora renovada, na
forma de um filhote. Esse ser mítico, portanto, aceita a morte como um
processo de transformação, uma passagem, não o final de sua existência, e
por esse motivo ela é verdadeiramente imortal. O segredo da Fênix está
em entregar-se à mudança sabendo que ela é um passo para um estágio
diferente, não o fim da caminhada. A entrega da Fênix ao desconhecido
tem muito a nos ensinar sobre o nosso processo de autotransformação.
Na Wica (guia de magia e espiritualidade), vemos a Fênix como um ser
mítico no mesmo patamar de dragões, unicórnios e grifos, ou seja, ela
não é um ser mágico pertencente a apenas um elemento, como o elemental,
mas também não chega a ser uma divindade. Assim como acontece na magia
com Dragões, se conseguimos conquistar a confiança da Fênix, somos
capazes de entrar em contato com ela e pedir seu auxílio em nossa magia e
no nosso desenvolvimento espiritual. Conquistar sua amizade, no
entanto, é uma tarefa que exige mente e coração abertos. Como o fogo, a
Fênix nos dá a impressão inicial de ser uma força selvagem, quando na
verdade ela é simplesmente fiel à sua própria natureza imortal.
O papel do fogo no mito da Fênix está associado ao seu espírito
indomável, tão diferente dos demais elementos. A própria existência do
fogo depende de um combustível que o alimente e, se não houver algo a
ser transformado, não haverá chama. Além disso, o fogo precisa de um
comburente (normalmente o ar), ou seja, se não há liberdade não há
transformação. O papel do fogo no mito da Fênix é também uma metáfora
para a nossa espiritualidade. Dentro de nós brilha a centelha dos
Deuses, o nosso fogo sagrado que permanece aceso o tempo todo. Aqueles
que se libertam das amarras da sociedade e se abrem para um contato real
com a Divindade sentem que suas chamas brilham fortemente e, como
consequência, suas vidas tendem a estar em constante transformação. A lição da Fênix para nós é que as mudanças que sofremos podem ser uma indicação do fortalecimento de nosso fogo espiritual.
A dualidade do fogo também se reflete na manifestação do poder da
Fênix. Assim como o fogo pode ser usado para cauterizar uma ferida,
aquecer nosso lar e preparar nossa comida, ele também pode ser usado
para destruir, causar dor e matar. De modo parecido, mudanças podem ser
experiências maravilhosas que trazem novos conhecimentos, ou podem ser
eventos traumáticos, que exigem que nos lancemos num território não
mapeado. Nem todas as transformações são imediatamente benéficas e é
parte do poder criador da Fênix nos ensinar que não há dor que dure para
sempre nem sofrimento que não tenha um fim.
Além dos seus poderes de cura e transformação, a Fênix também tem uma
forte associação com a prosperidade na figura da Deusa Gullveig, do
Panteão Wanen (Nórdico), uma belíssima mulher que tinha o poder de criar
ouro a seu bel-prazer. Os Deuses Asen, furiosos com a recusa de Gullveig
para ensinar o segredo de seu poder, resolveram atirá-la ao fogo para
destruí-la e tentar entender sua magia. Por três vezes Gullveig foi
atirada às chamas e por três vezes ela retornou à vida. Depois da
terceira vez, a Deusa voltou ainda mais poderosa do que antes e recebeu
um novo título. Cada uma das mortes de Gullveig representa o
fortalecimento de seus três atributos principais (transformação, cura e
riqueza) e nós, assim como a Fênix, nos tornamos mais poderosos a cada
transformação que permitimos que ocorra em nossa vida.
Fonte Internet
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